Respostas Sociais

Centro de Apoio à Vida “A Cegonha”

 

  • O Centro de Apoio à Vida (CAV) “A Cegonha”, resposta social da APEPI, tem como principal objetivo acolher, temporariamente, mulheres grávidas ou puérperas com filhos recém-nascidos, sem enquadramento familiar e que se encontrem em risco emocional ou social.

  • O grande desafio do CAV é, no essencial, promover fatores de proteção que evitem a efetivação do risco e criar condições favoráveis para que estas mães possam vivenciar uma maternidade segura, estruturante, e que, paralelamente adquiram recursos para a prossecução de um projeto de vida consistente e autónomo.

  • Nasceu em 2006, tendo formalizado Acordo de Cooperação com o Centro Distrital de Leiria do ISS, IP, tem capacidade para 6 mães e 6 crianças, sendo a única estrutura deste cariz no distrito de Leiria. Desde a sua entrada em atividade, o CAV já acolheu 130 utentes, das quais: 29 grávidas, 41 mães e 60 crianças (31 do sexo masculino e 29 do sexo feminino). A maioria das/os utentes acolhidas/os são oriundas do Distrito de Leiria (75), seguindo-se o Distrito de Santarém (26), Setúbal (12), Lisboa (11), Castelo Branco (2), Coimbra, Porto e Viseu (1). A maioria dos/as utentes (76) foram encaminhadas por Tribunais no âmbito de decisões judiciais em Processos de Promoção e Proteção, (46) foram encaminhados/as por CPCJ’s, e (8) por outras entidades. A média de idade de utentes acolhidas (mães e grávidas) é de 20 anos, sendo que das 70 utentes, 25 tinham menos de 18 anos. Em termos de projetos de vida a grande maioria das utentes acolhidas, conseguiram atingir a autonomização, ou regressaram à família nuclear com ou sem medidas de promoção e proteção de apoio junto dos pais.

  • Os constrangimentos vivenciados nesta resposta social prendem-se com diversos factores tais como: os diferentes traços de personalidade das utentes, nomeadamente, impulsividade e dificuldade em integrar regras e limites; acolhimento de utentes com severas perturbações ao nível do comportamento, condicionou a intervenção bem como os cuidados prestados pelas próprias aos/às filhos/as; dificuldade em promover o envolvimento da família nuclear e/ou alargada no projeto de vida dos utentes; dificuldade de integração das utentes em mercado de trabalho devido à baixa escolaridade e falta de experiência profissional das mesmas; dificuldade na adaptação escolar das utentes integradas dado ao seu percurso irregular; abandono escolar precoce, falta da escolaridade obrigatória e/ou maioridade por atingir, fatores que condicionam a integração profissional; falta de respostas ao nível da formação profissional no concelho; utentes muito jovens o que implica acolhimento além dos 2 anos (pelo menos até atingirem a maioridade), não havendo retaguarda familiar, o seu projeto de vida passa pela autonomização; o facto de as utentes já terem experienciado institucionalizações sucessivas ao longo do seu desenvolvimento, contribuiu em muito para a forma como resistem a mudanças estruturais significativas.

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